Caros amigos,
Surpreendente esta declaração, para quem tem ideia de como os estadunidenses vêem a questão de um Estado mais participativo.
Para mim, Hillary não quis dizer apenas "um exemplo a ser seguido pelo resto da América Latina", mas um exemplo também aos próprios EUA. Todos sabem que a população do país mais rico do mundo não é devidamente assistida pelo poder público como deveria ser. É lógico que a secretária de Estado não declararia isto assim, porque chocaria ainda mais.
Esta declaração vem esclarecer o porquê de a revista Time declarar ser Lula o político mais influente do mundo na atualidade. Basta lembrar que o comentarista da revista declarou que a política do Brasil estava levando o país para o primeiro mundo, enquanto que a política americana aproximava aquele país cada vez mais do terceiro mundo.
Só acrescento que Hillary se engana quando diz que a alta carga tributária está promovendo um "boom" de desenvolvimento e reduzindo a desigualdade no Brasil, porque, como ela mesma diz, a carga tributária era a mesma em governos anteriores. Mas, como sabemos, não provocou nada disso, pelo contrário. O responsável pelo que acontece em nosso País é o atual Governo, que utiliza os recursos de modo mais adequado.
Também, não entendo que a carga tributária no Brasil seja elevada. Injusta, sim, pois que ela penaliza os mais pobres, dado que incide muito mais sobre a produção do que sobre os ganhos do capital.
Abraço a todos,
Germano.
13/05/2010 08h50 - Atualizado em 13/05/2010 09h22
Hillary elogia carga tributária brasileira
País vive 'boom' de crescimento e reduz desigualdade, diz secretária.
Países da América Latina têm que aumentar arrecadação, afirma.
Agencia Estado
Hillary Clinton fala em evento em abril na Estônia
(Foto: Virginia Mayo/AP)
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou nesta quarta-feira (12) a alta carga tributária brasileira e deu a entender que o regime tributário do Brasil é um exemplo a ser seguido pelo resto da América Latina. No país, a carga tributária está em cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB) e é alvo de críticas.(Foto: Virginia Mayo/AP)
"Se você olhar para a arrecadação de impostos em relação ao PIB no Brasil, é uma das mais altas no mundo - então não é por acaso o Brasil estar vivendo um boom de crescimento e reduzindo a desigualdade", disse Hillary em discurso na Conferência das Américas, diante de ministros das relações exteriores e empresários da região. Segundo a secretária de Estado, "essa é uma política adotada há várias décadas [no Brasil], com grande comprometimento, e que está funcionando".
Hillary disse ter conversado com vários chefes de Estado e de governo no hemisfério sobre a necessidade de aumentar as receitas dos governos - "uma outra maneira de dizer necessidade de aumentar impostos", ela esclareceu. "Para muitos outros países da região, a relação entre arrecadação de impostos e PIB é uma das mais baixas do mundo, isso é insustentável."
Empresários presentes acharam as observações da secretária de Estado inusitadas. "Estou perplexo. Como é que alguém elogia a alta carga de impostos do Brasil?", questionou um empresário brasileiro.
Até o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, sentiu-se compelido a comentar as declarações "inesperadas" de Hillary. "A secretária Hillary Clinton afirmou que uma das vantagens do Brasil é ter uma alta arrecadação de impostos - isso não é necessariamente visto dessa maneira pelo público brasileiro", disse Patriota. "Muitos no Brasil acreditam ser necessário simplificar os impostos e esse será um desafio para o próximo presidente", disse.
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