domingo, 16 de maio de 2010

Hillary elogia carga tributária brasileira País vive 'boom' de crescimento e reduz desigualdade, diz secretária. Países da América Latina têm que aumentar arrecadação, afirma.

Comentário do leitor Germano, de São Paulo. A matéria completa vem logo após os comentários.


Caros amigos,
Surpreendente esta declaração, para quem tem ideia de como os estadunidenses vêem a questão de um Estado mais participativo.
Para mim, Hillary não quis dizer apenas "um exemplo a ser seguido pelo resto da América Latina", mas um exemplo também aos próprios EUA. Todos sabem que a população do país mais rico do mundo não é devidamente assistida pelo poder público como deveria ser. É lógico que a secretária de  Estado não declararia isto assim, porque chocaria ainda mais.
 
Esta declaração vem esclarecer o porquê de a revista Time declarar ser Lula o político mais influente do mundo na atualidade. Basta lembrar que o comentarista da revista declarou que a política do Brasil estava levando o país para o primeiro mundo, enquanto que a política americana aproximava aquele país cada vez mais do terceiro mundo.
 
Só acrescento que Hillary se engana quando diz que a alta carga tributária está promovendo um "boom" de desenvolvimento e reduzindo a desigualdade no Brasil, porque, como ela mesma diz, a carga tributária era a mesma em governos anteriores. Mas, como sabemos, não provocou nada disso, pelo contrário. O responsável pelo que acontece em nosso País é o atual Governo, que utiliza os recursos de modo mais adequado.
Também, não entendo que a carga tributária no Brasil seja elevada. Injusta, sim, pois que ela penaliza os mais pobres, dado que incide muito mais sobre a produção do que sobre os ganhos do capital.
 
Abraço a todos,
Germano.
 
 
Agencia Estado13/05/2010 08h50 - Atualizado em 13/05/2010 09h22

Hillary elogia carga tributária brasileira

País vive 'boom' de crescimento e reduz desigualdade, diz secretária.
Países da América Latina têm que aumentar arrecadação, afirma.

Agencia Estado
Hillary Clinton fala em evento em abril na EstôniaHillary Clinton fala em evento em abril na Estônia
(Foto: Virginia Mayo/AP)
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou nesta quarta-feira (12) a alta carga tributária brasileira e deu a entender que o regime tributário do Brasil é um exemplo a ser seguido pelo resto da América Latina. No país, a carga tributária está em cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB) e é alvo de críticas.
"Se você olhar para a arrecadação de impostos em relação ao PIB no Brasil, é uma das mais altas no mundo - então não é por acaso o Brasil estar vivendo um boom de crescimento e reduzindo a desigualdade", disse Hillary em discurso na Conferência das Américas, diante de ministros das relações exteriores e empresários da região. Segundo a secretária de Estado, "essa é uma política adotada há várias décadas [no Brasil], com grande comprometimento, e que está funcionando".
Hillary disse ter conversado com vários chefes de Estado e de governo no hemisfério sobre a necessidade de aumentar as receitas dos governos - "uma outra maneira de dizer necessidade de aumentar impostos", ela esclareceu. "Para muitos outros países da região, a relação entre arrecadação de impostos e PIB é uma das mais baixas do mundo, isso é insustentável."
Empresários presentes acharam as observações da secretária de Estado inusitadas. "Estou perplexo. Como é que alguém elogia a alta carga de impostos do Brasil?", questionou um empresário brasileiro.
Até o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, sentiu-se compelido a comentar as declarações "inesperadas" de Hillary. "A secretária Hillary Clinton afirmou que uma das vantagens do Brasil é ter uma alta arrecadação de impostos - isso não é necessariamente visto dessa maneira pelo público brasileiro", disse Patriota. "Muitos no Brasil acreditam ser necessário simplificar os impostos e esse será um desafio para o próximo presidente", disse.

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