terça-feira, 6 de dezembro de 2016

RENAN CALHEIROS NÃO PRESIDE MAIS O SENADO; ISTO NÃO BASTA PARA O BRASIL DEIXAR DE SER REPÚBLICA DAS BANANAS.


O Senado era presidido por Renan Calheiros, cidadão há muito envolvido em episódios nebulosos ( e que teve de renunciar sob vara à presidência da mesma casa legislativa em 2007, o que não impediu os nobres colegas de a ela o reconduzirem em 2013). 

Como leopardos não perdem as pintas, ei-lo encalacrado de novo. Como é quase certo que a decisão provisória de Marco Aurélio Mello será confirmada pelo pleno, cabe indagarmos quanto vai durar o ostracismo de Calheiros desta vez. Apenas mais seis anos?

Independentemente de delitos cometidos ou a ele atribuídos, Calheiros recentemente se colocou na berlinda por extrapolar flagrantemente as atribuições do seu cargo:
  • quando articulou com Ricardo Lewandowski, do STF, a não cassação dos direitos políticos de Dilma Rousseff, embora a aprovação definitiva do seu impeachment  a tornasse obrigatória (seria, na minha opinião, uma medida draconiana e desnecessária, mas nenhum dos dois personagens tinha poderes, à luz da Constituição, para tomar tal decisão);
  • ao articular no Senado a completa descaracterização das medidas de combate à corrupção recém-aprovadas, parecendo até (com uma das alterações) querer tolher e intimidar  os futuros juízes dos seus processos.
Deve perder não apenas a presidência do Senado, como também o mandato e, provavelmente, a liberdade. Mas, depois que a onda moralista passar, tende a renascer das cinzas, como ele próprio, seu velho parceiro Collor e tantos outros já conseguiram.

Seu substituto está sendo pressionado a agir como militante do partido a que pertence, desmarcando uma segunda votação já agendada para data próxima. 

Mais uma vez, deixo claro que, por força de convicções que tenho defendido durante toda a minha vida consciente, sou totalmente contrário a ajustes fiscais, redução de direitos trabalhistas e quaisquer outros austericídios
Mas, o vale-tudo que se instalou na política brasileira, com cada personagem agindo como bem lhe dá na telha, sem o mínimo respeito pelos limites dos seus poderes e pela liturgia do seus cargos, comportando-se como se não passasse de um troglodita organizadodos estádios de futebol, faz da pátria (mal) amada uma mera república das bananas.

Daí estarmos cada vez mais embananados, sem solução à vista para uma recessão que sacrifica terrivelmente nosso povo e o está levando ao desespero. Até quando?!
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