quinta-feira, 23 de junho de 2016

Medidas de combate à corrupção do MPF e o Me-engana-que-eu-gosto.


 
Há muito tenho comprado essa briga e sofrido críticas de alguns amigos! Eu não sou contra as medidas do MPF que dizem combater a corrupção,  mas desconfio das pessoas que estão por trás disso, basicamente toda força-tarefa da Lava Jato: juiz, procuradores e delegados.

Quem quer combater a corrupção não protege os maiores corruptos da nação, como faz o juiz Sérgio Moro quando blinda os tucanos. Moro, junto com a força-tarefa, faz de tudo para destruir o PT e a Petrobrás, permitindo até o cometimento de várias irregularidades, até crimes, como os vazamentos seletivos, prisões ilegais e grampos irregulares.  E tem mais gente achando isso pois, no blog Tijolaço 04/02/16, o delegado aposentado Armando Coelho Neto, ex-presidente da Associação de Delegados da Polícia Federal, afirmou: “Eu não acho que exista um combate à corrupção, existe uma guerra declarada ao Partido dos Trabalhadores”. E ainda faz ressalvas de que “não sou PT”  e “não gosto de muita coisa no PT” .

Moro nada faz com os parlamentares do PSDB, apesar das delações citando os senadores tucano Antonio Anastasia, Aluysio Nunes e Aécio Neves, este cinco vezes delatado. Há diversas delações também acerca do governo de FHC na Petrobrás, como se isso não bastasse, o próprio FHC confessou, em seu livro Diários da Presidência, que havia corrupção na Petrobrás, em seu governo. E nada de investigação e prisão de tucano! Chego a brincar com os amigos dizendo que Moro não prende os tucanos, pois são aves silvestres e como tais não podem viver em cativeiro! E não venham com essa historinha de que ainda vai prender todo mundo, pois, o mensalão tucano está  prescrevendo, sem julgamento! E o mensalão tucano foi anterior ao do PT e não podemos esquecer que Moro fez parte do julgamento do mensalão, AP 470, como assistente da ministra Rosa Weber!

Os delegados da Operação fizeram campanha para a presidência em seu blog para o tucano Aécio Neves, inclusive chamando Lula e Dilma de “Anta”. E não por acaso saiu da Lava Jato, na véspera da eleição, a noticia fajuta de que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás. Aécio quase ganhou a eleição por causa dessa mentira! Cadê a seriedade?
E os procuradores da Lava Jato fizeram parte no governo de FHC, do grupo conhecido como “Tuiuiús”, pássaros que não conseguiam alçar o voo, porque os procuradores não conseguiam investigar, já que as denúncias ficavam paradas junto ao PGR, indicado por FHC, Geraldo Brindeiro, mas também conhecido como Engavetador Geral da República. E agora, nos governos do PT, esses procuradores aceitam a orientação da Lava Jato de blindagem aos tucanos e perseguição implacável ao PT.  Numa entrevista para Folha de São Paulo, um desses procuradores, respondendo à questão do desemprego causado pelo Lava Jato, que já somam hoje mais de cem mil demissões, só dentro do Sistema Petrobrás, disse: “Se o governo está preocupado com o desemprego que crie uma espécie de PROER, pois esse não é o nosso papel.”  Isso mostra a sensibilidade dessa gente!.

Já que estamos falando de juízes e procuradores, essa turma conseguiu, em regime de urgente-urgentíssima, via o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, um reajuste de mais de 40%. Enquanto as categorias, como a dos petroleiros, fizeram greve de 21 dias para conseguir o IPCA, conseguindo somente repor a inflação do período, juízes e procuradores, num verdadeiro conluio imoral, tiveram cerca de 30% de aumento real. E no mesmo período, conseguiram auxílio-moradia e educação, num total de quase dez salários mínimos, e ainda pleiteiam esses auxílios retroativos a 1988.
A lava Jato, com o mote do combate a corrupção, na verdade  só quer destruir o governo da Dilma e a Petrobrás. Eles usam isso porque não se conhece ninguém que seja contra o combate à corrupção! Até os corruptos dizem que são a favor, lógico que da boca para fora!

 Além das distorções, a lava Jato criou a “indústria da delação premiada”. Pela lei da delação, que foi sancionada pela presidente Dilma, ela só tem valor ao final do processo, ou no chamado trânsito em julgado. Entretanto Moro criou a figura da legitimação do vazamento, sempre para a Globo. A operação vaza o tempo todo e ninguém é punido, mas vazamento é crime, tanto que o delegado Protógenes Queiroz foi expulso da PF e tem mandado de prisão contra ele porque vazou sobre o processo de Daniel Dantas, aliás, o banqueiro foi solto pelo ministro Gilmar Mendes, com dois habeaus corpus em menos de 24 horas. Como também por vazar informação, o deputado Fabio Camargo (PTB), autor e presidente da CPI da ‘Máfia das Falências’, no Paraná, foi processado, Essa CPI, aliás, envolve, entre outros advogados, a esposa de Moro, Rosângela Moro. Entretanto a Lava Jato vaza tanto que é também conhecida como Vaza Jato, e nada acontece!  
E nós, que já tínhamos a cultura dos “Crimes do Colarinho Branco”, aqueles que não vão para a cadeia nunca, a lava Jato criou a prisão da “tornozeleira eletrônica”. O cara rouba o tempo todo, principalmente os cofres públicos, faz delação premiada, “colaborando com a justiça”,  e depois vai cumprir pena em sua mansão. E também ninguém sabe o que rola nessas delações, que inclui até o já denunciado “Grampo ilegal”, na sede da PF no Paraná, onde está sediada a Lava Jato.

Mas fica a pergunta: quanto custa para a Globo um vazamento de delação? Seria de graça? E como o banqueiro André Esteves, que esteve preso na Lava Jato, tinha em seu poder a delação do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró? André Esteves é um homem generoso, tanto que bancou a lua de mel do senador Aécio Neves. Quanto teria pago o banqueiro pela cópia da delação? Se foi de graça também não deixa de ser crime!

Por isso, antes de elogiar a obra, eu quero saber quem é o autor! E digo para meus amigos, que, vem da Lava Jato, fico cabreiro. Na verdade, com as dez medidas contra corrupção do MPF eles querem sair bem na foto junto à sociedade! E eu vou continuar dizendo que essas medidas fazem parte do dito popular, das donas de cabaré, como disse o ex-presidente da Transpetro, réu confesso: “Me engana que eu gosto!”.    


 Rio de Janeiro, 23 de junho de 2016 

Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300              
   
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

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