domingo, 2 de agosto de 2015

Que país é esse?

que país é esse01
Imagino que todo pai – com as raríssimas exceções de praxe – queira o melhor para seus filhos.
E dentre o melhor está o futuro. E, apesar do ditado “o futuro a Deus pertence, fazemos nosso futuro hoje, fora, claro, os imprevistos naturais.
Dia desses meu chefe me perguntou: “me explica, Afonso, como é que um filho de militar, que estudou estudou em colégio militar, pode ser de esquerda e defender o Lula e a Dilma?”
Chefe é chefe e a gente respeita. Fui pra minha sala e xinguei um subordinado. E ainda disse pra ele: chefe é chefe e a gente respeita!
Brincadeiras à parte, e como sei que ele é de direita e ainda por cima colorado (tô mal de chefe…), resolvi sair pela tangente e simplesmente dei de ombros e retornei ao assunto da reunião.
Ele entendeu.
Afinal, sequer aos chefes cabe colocar seus subordinados em saias justas desnecessárias.
Estivéssemos em outra situação, teria dito a ele que sou de esquerda porque quero o melhor para os meus filhos.
Pensando bem, não seria a melhor resposta, pois ele diria que também quer e é contra tudo o que governo está fazendo.
Tempos depois, penso ter formulado a melhor resposta:
é porque não quero um país que tem por candidatos à presidência da República, em 2018, gente como José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e, também, Lula.
A resposta, se dada na hora, seria muito triste. Como triste parece ser o futuro que deixo para as minhas filhas.
Triste por ter que assumir que, apesar de tudo que fizemos, ainda termos essa gente como candidatos.
E somente essa gente!
Que país é esse, incapaz de produzir jovens com liderança política? Que país é esse incapaz de apostar no futuro, a ponto de viver rodeando gente do passado?
Penitência. “Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa”. Produzir, produz. Mas não deixa que chegue lá. A menos, claro, que se deixem corromper por esse fantasma chamado “sistema”.
Que país é esse que vou deixar para as minhas filhas? Que futuro lhes deixo a não ser escolher entre os que aí estão?
Talvez a melhor resposta que poderia ter dado ao meu chefe fosse: ter vivido aquela época me ensinou a querer um país melhor.
Espero estar vivo para ouvir das minhas filhas: pai, ter vivido na tua época infelizmente nos ensinou que teu mundo não foi melhor.
Quiçá elas façam o que eu não fiz…
no: http://escosteguy.net/?p=4005

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