sábado, 2 de maio de 2015

Ah! Se as direitas se educassem…


Ah! Se as direitas se educassem, seriam as esquerdas que sairiam às ruas reivindicando contra posturas do governo federal. Quiçá bateriam panelas depois de ouvirem discursos da presidenta - e não durante - que tentam explicar o inexplicável.

Ah! Se as direitas se educassem, não mais seriam analfabetos políticos. Deixaríamos de ouvir tolices sobre comunismo, socialismo e anarquismo. Se as direitas se educassem, atualizariam seus conceitos e conteúdos. Não reproduziriam falácias forjadas pelas elites industriais, há quase 100 anos, para desqualificar e desconstruir as primeiras organizações trabalhistas que surgiam no país.

Ah! Se as direitas se educassem, jamais ouviríamos o termo bolivarianismo para qualificar qualquer ideologia ou política aplicadas no Brasil. Não mais sentiríamos a dor aguda nos ouvidos - que reflete em uma aguilhoada no cérebro - cada vez que se referem a um governo, que não passa de um arremedo do modelo keynesiano, como comunista bolivariano. Confesso, isso dói demais.

Ah! Se as direitas se educassem, elogiariam o muito que há para se criticar no atual governo, como o ministério neoliberal - que seria surreal para um governo "comunista “bolivariano”- bem como o conservadorismo adotado em suas políticas econômicas, mas não criticariam programas que requerem parcos investimentos e trazem resultados extremamente relevantes como o Bolsa Família, ou as políticas afirmativas como as de cotas raciais, sociais e de gênero.

Ah! Se as direitas se educassem, aprovariam políticas recentes, adotadas pela presidenta, que trouxeram perdas aos trabalhadores, como a ampliação do prazo para seguro desemprego e o direito a pensões de viúvas jovens, e não reprovariam o vestido que ela usa ou o fato de não ser boa oradora. Se as direitas se educassem, não chamariam qualquer mulher de vaca, vadia ou vagabunda, por não simpatizarem ou concordarem com suas posturas políticas.

Ah! Se as direitas se educassem, passariam a construir seus próprios argumentos por intermédio de análise e reflexão e não mais reproduziriam ideias preconcebidas que lhes são introjetadas por mídias manipuladoras e desonestas. A propósito, teriam vergonha de reiterar ideias da Veja, Globo, Bandeirantes e páginas como Revoltados Online, OCC e muitas outras. Se as direitas se educassem passariam a pensar por si só.

Ah! Se as direitas se educassem… 

Bem, se as direitas se educassem, ao mesmo tempo se reduziriam, pois classes médias e pobres deixariam de ser direita. Sobrariam alguns poucos, representantes das elites como Delfim Neto, Semler, e outros que já são educados. São dos poucos que conhecem sobre o que falam e, surpreendentemente (?), pouco criticam o governo. Pois sabem que nada tem de esquerda.

Ah! Se as direitas se educassem, saberiam que todos - exceto eles próprios - deveriam sair juntos às ruas reivindicando uma reforma política ampla e profunda e que permitisse a transição para um modelo mais próximo da democracia participativa.

Quem sabe assim, parte das esquerdas despertassem de seus devaneios de construírem heróis míticos. Desta maneira, aceitariam que alguns de seus ídolos os decepcionaram e se envolveram em atos de corrupção que antes criticavam. Reconheceriam que na política não há inocentes.

Ah! Se as direitas se educassem…

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