segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

PAPA NAO PODE SER JUIZ DO LIMITE DA CRITICA RELIGIOSA NÃO TEM MORAL HISTÓRICA

Nossa Idade Média: religiosos não podem ser os juízes do limite da crítica à religião



por Paulo Jonas de Lima Piva

Mesmo com tantos avanços científicos e tecnológicos ainda vivemos num mundo em que as pessoas acreditam em divindades, livros sagrados, messias, espíritos, vida após a morte e capetas. Por outro lado, há muitos que não acreditam. Para administrar tal discrepância, a tolerância mostrou-se o melhor caminho no mundo secularizado e pós-teocêntrico. E como parte constituinte do valor da tolerância está o direito de crítica aos dogmas religiosos - aliás, um grande avanço civilizacional -, o qual inclui o humor como uma de suas formas.

Criticar dogmas religiosos, dentre eles seus personagens, é bem diferente de ofender o direito de fé das pessoas. Obviamente é de se esperar que nos sintamos incomodados de algum modo quando nossos dogmas são alvejados por críticas muitas vezes duras. Aí o problema é de quem se ofendeu com as críticas aos dogmas e não de quem critica os dogmas dessa fé. Pois se a crítica deixar se levar pelas reclamações dos carolas, pela sensibilidade da paixão dos religiosos, como quer o papa Francisco, o pensamento crítico simplesmente irá se atrofiar. Portanto, é fundamental que insistamos: criticar os dogmas religiosos, seja por meio de argumentos sisudos, seja por meio do humor, é diferente de insultar o direito de fé dos religiosos. E se estes se sentirem ofendidos com as críticas sisudas ou sarcásticas aos dogmas da sua religião, o problema é do religioso que ainda não se preparou psicologicamente para viver numa sociedade pluralista. O que é inaceitável é que os religiosos estabeleçam os limites dessa crítica, como quer fazer o papa, pois são parte diretamente interessada na questão.
*opensadordaaldeia, via : http://chebolas.blogspot.com.br/2015/01/papa-nao-pode-ser-juiz-do-limite-da.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+Chebola+(CHEbola)

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