domingo, 14 de dezembro de 2014

Aecio e Marina: a volta dos que não foram

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A nossa mídia é engraçada.
Ela faz tudo ao contrário.
Quando houve o golpe, em 64, disse que era a democracia ressurgindo.
Fez de tudo para postergar o direito dos cidadãos ao voto, e hoje posa de paladina da democracia.
Chancelou, defendeu, por décadas, o regime mais corrupto da nossa história, a ditadura; consolidou-se financeiramente nesta época, através da corrupção, sonegação, monopólio e truculência, e hoje quer posar de guerreira da ética.
Pinta o debate sobre a democracia na mídia como “censura”.
Quando a democracia em nossos países vizinhos começa a se consolidar, os pobres começam a ter dignidade, e as instituições passam a funcionar movidas por ideais republicanos e democráticos, ao invés de somente pelo dinheiro, a mídia inventa que há um “bolivarianismo” diabólico tentando arruinar a democracia em nosso continente.
Ela consegue inverter tudo.
A campanha de Aécio foi a mais suja da história, não somente por causa dele, mas sobretudo em virtude do mau caratismo da mídia.
A campanha de Dilma, por sua vez, foi uma das mais orgânicas da nossa história democrática, com um grande engajamento de movimentos sociais e cidadãos.
O que diz a mídia? Que a campanha da Dilma é que foi suja, baseada em “mentiras”.
Não diz, porém, que mentiras foram essas.
O aeroporto de Claudio é mentira?
Era mentira que Marina morou (ainda mora?), durante a campanha, no apartamento de um fazendeiro do DEM, dono de postos de gasolina, condenado pela justiça?
E agora a mesma mídia tenta pintar os derrotados como vencedores.
Ex-presidentes nunca tiveram poder, em lugar algum do mundo.
No Brasil, a mídia quer empoderar até ex-candidatos.
Todas as denúncias envolvendo o PT são investigadas pela mídia 24 horas por dia. O jornal O Globo fez até um chapéu eterno para qualquer matéria envolvendo corrupção: “Escândalos em série”. Claro, escândalos que só afetam o PT.
Escândalo tucano nunca vem em “série”.
Já as denúncias envolvendo Aécio Neves e Marina Silva são abafadas para sempre.
Cadê o jatinho fantasma?
Estou falando isto porque hoje me deparo, no Ancelmo Goes, com uma notinha curiosa:

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Legal que a nossa imprensa se interesse tanto pela opinião de Marina Silva, que apoiou Aécio no segundo turno e saiu duplamente derrotada. Perdeu perdendo.
É legal por que nos permite imaginar melhor como seria um eventual governo Marina.
Seria integralmente terceirizado para a mídia.
Somente os queridinhos da mídia seriam mantidos no governo.
O resto, rua.

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