segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ainda sobre o triste fim do PT combativo


Voltamos à triste tarefa de dissecar o cadáver do petismo combativo. Ainda acompanhados das contribuições do estudo “Uma esquerda para o capital”, de Eurelino Coelho.

Desta vez, abordando a burocratização que tomou conta do PT. Segundo Coelho:

Normalmente os postos burocráticos exercem certa atração exatamente pela possibilidade de assegurar vantagens materiais que não estão ao alcance do conjunto da classe. Sobre os ocupantes de tais postos, portanto, existe sempre a pressão no sentido de sobrepor os objetivos ligados às necessidades de reprodução da própria organização (de que dependem as suas vantagens pessoais) aos objetivos gerais de toda a classe...

Mas essa situação, diz o autor, poderia ser evitada “por formas de organização e por práticas que soldem a atividade da organização (...) com a experiência real vivida pela classe, suas lutas e suas vicissitudes”.

O grande problema no caso petista foi a prioridade que seus setores dirigentes dispensaram ao caminho eleitoral. Segundo o texto, o PT cresceu, ininterruptamente, em praticamente todas as eleições, entre 1982 e 1998. Resultado, o campo dirigente do partido:

...considerando as três esferas do Estado, seguramente ultrapassou, já em 1992, a casa da dezena de milhar de postos burocráticos remunerados ocupados por militantes profissionais.

Coelho alerta que “ocupar postos no Estado burguês, por si só, não implica romper os vínculos com a classe trabalhadora. Há inúmeros exemplos de participação de organizações revolucionárias em parlamentos”.

É verdade. Mas não são poucos os prejuízos políticos causados pela dependência das disputas institucionais. É o que prova nosso cadáver, que continua insepulto e cobrando diagnósticos que ajudem a evitar novos óbitos motivados pelas mesmas moléstias.
http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/search/label/autopsia%20do%20pt

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