sábado, 5 de novembro de 2016

EM 2018, OU VOTO FACULTATIVO OU NULO!


"a noite esfriou,
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio, 
não veio a utopia 
e tudo acabou 
e tudo fugiu 
e tudo mofou, 
e agora, José?"
(Carlos Drummond
de Andrade)
Neste período pós resultados das eleições municipais destacam-se os novos prefeitos eleitos, os mesmos de outrora e, também, os especialistas em política, os mesmos de todos os tempos. 

Para estes últimos, quem ganha ou perde são os velhos caciques dos partidos e não os prefeitos eleitos. Partindo de tal  premissa, eles já definiram o candidato à Presidência da República em 2018 pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, cuja sigla nasceu de uma costela do Partido do Movimento Democrático Brasileiro  PMDB, mas ninguém se lembra mais disso.  A constatação óbvia da derrocada do Partido dos Trabalhadores – PT fecha o ciclo de análisespolíticas.

No afã de realçarem o candidato do PSDB, fazem ilações bizarras, para dizer o mínimo. Costumam atribuir a vitória de qualquer prefeito eleito, do Oiapoque ao Chui, ao apoio dado pelo governador de São Paulo. Qualquer coisa se transforma em fator decisivo, tipo “quando morou em São Paulo nos anos 60, o prefeito vencedor era amigo da amiga de uma cozinheira que trabalhava na casa da prima do governador”. 
Quem ainda lembra deste fracasso do Alckmin?

Simples assim. Com tão poderosa influência, o resultado só poderia ser a vitória certa do candidato.

Utilizam-se da mesma régua, em sentido oposto, para vaticinar a derrota do pretenso concorrente. Aqui um parêntese: só para reforçar que a única função de partidos políticos no Brasil é lançar candidatos. Além de se sustentarem à custa do suado dinheiro do contribuinte, que recebem por meio do Fundo Partidário.

Escolhido o candidato, passa-se à exposição de suas virtudes. Nunca se aponta ou comenta uma falha, algum projeto mal executado. 

O único vitorioso destas eleições, o governador de São Paulo, talvez seja quem exerceu o cargo de governador por mais tempo na história brasileira.

Já o partido dele governa o Estado há 22 anos. Completará 24 na época em que ele estiver em campanha presidencial, prometendo a solução da segurança para o país. 

Nenhum especialista começa a pesquisar se o número de assassinatos ultrapassou um milhão de pessoas no período em que o PSDB governou o estado. Simplesmente para que, quando o candidato deste partido estiver prometendo a solução para a segurança do país, tal número de assassinatos sirva para um confronto, possibilitando indagar ao dito candidato o que faria de diferente para garantir a segurança do País, se fracassou no próprio estado que governou. 

Ele e a segurança servem de exemplo apenas por já ter sido escolhido pela mídia. Mas, vale para qualquer pretenso candidato e para qualquer área, como educação, saúde, estradas, infraestrutura e todas as demais. 
E o abastecimento de água, até bem pouco tempo atrás?
A falta de segurança pode ser atestada por qualquer um, por experiência  própria. No meu caso, em agosto de 2016 minha filha foi assaltada, por um pedestre, ao meio-dia de um sábado, na frente do condomínio em que mora. No último dia 31 de outubro foi novamente assaltada, desta feita por dois homens numa motocicleta, no mesmo lugar. Ela vai continuar pagando um celular que não possui mais.

Este exemplo pessoal não é dirigido somente ao governador, mas também aos especialistas da área de segurança, que vivem defendendo pena branda para “crime de menor potencial ofensivo”. 

Um celular! Não é pelo objeto. Minha filha teve a sensação de morte, ao ficar encostada numa parede, de costas para eles. Itso é o que chamam de menor potencial ofensivo. Se fosse um avião... Mas, o que vale menos, um celular para minha filha ou um aviãozinho para o dono da Odebrecht?]

Obs.: há um blablablá danado sobre a necessária reforma política, na proporção inversa do silêncio sepulcral quanto ao voto facultativo. Em 2018, ou facultativo ou nulo! Lema lançado.

https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2016/11/em-2018-ou-voto-facultativo-ou-nulo.html

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