sexta-feira, 29 de julho de 2016

JÁ ESTAMOS NA 3ª GUERRA MUNDIAL!


"Não sei com que armas a 3ª guerra mundial será lutada, 
mas a 4ª guerra mundial o será com paus pedras."
(Albert Einstein)
As estatísticas mais confiáveis demonstram que durante a 2ª guerra mundial, num período de cerca de seis anos (1939/1945), morreram diretamente na guerra e nas cidades bombardeadas cerca de 50 milhões de pessoas, entre militares e civis; milhões de outras ficaram mutiladas para sempre; e incontáveis seres humanos foram levados à loucura e ao suicídio por traumas de guerra. 

A população mundial era de pouco mais de 2 bilhões de habitantes, o que significa que o genocídio da guerra suprimiu 0,25% dos habitantes do planeta, correspondendo a um morticínio médio de 8,3 milhões de pessoas para cada ano do conflito. 

Um período deplorável da humanidade, no qual os horrores foram presenciados de perto por tantas e tantas pessoas, impactando também nas que os acompanhavam à distância, por meio da mídia de comunicação já existente (jornais, revistas, rádio, cinema e a incipiente televisão)! 

Acreditava-se que seria o último da história. Mas, como os seus pressupostos permaneceram intocados, cedo se viu que tudo permanecia na mesma, fato evidenciado na guerra fria que se sucedeu e que desembocou nas guerras da Coréia (1950/1953) e do Vietnã (1959/1970), com outros milhões de mortos entre militares e civis. Afora termos chegado em 1962 às portas extermínio da espécie humana, pois pouco faltou para a crise dos mísseis cubanos ser o estopim  de uma guerra nuclear entre EUA e URSS.  

E o que se observa, hoje, mundo afora? Vivemos outro tipo de guerra mundial, cujas características são mais abrangentes que as das duas grandes do século XX. É uma guerra não oficialmente declarada, sem o embate direto de exércitos em blocos, mas não menos letal. 
1945: Hiroshima depois da explosão da bomba.

É que a capacidade destrutiva nuclear de muitos países impede a declaração de guerra convencional de blocos, embora as motivações ainda sejam as mesmas do passado. 

Disse Caetano Veloso, na sua música Fora de ordem, que “Alguma coisa está fora da ordem/ fora da nova ordem mundial”; é que a nova ordem mundial está acentuando os genocídios e mortes da velha ordem mundial. Se não vejamos:
  • guerras civis nas quais exércitos convencionais nacionais e estrangeiros se digladiam (caso na Ucrânia, Síria, Somália, Afeganistão, Chechênia, etc.);
  • por golpes ou tentavas de golpes estados militares (como o do Egito e o que acaba de ocorrer na Turquia, para citar apenas dois);
  • violência urbana generalizada (crime organizado, conflitos entre policiais e bandidos ou entre bandidos policiais e concorrentes bandidos, milícias, traficantes, torcidas organizadas, adversários políticos, etc.);
  • aumento da fome e da volta de doenças que se consideravam praticamente erradicadas;
  • emigração desesperada de enormes contingentes populacionais por terra e por mar;
  • guerras do fundamentalismo religioso ou pela hegemonia econômica;
  • atentados terroristas indiscriminados em massa nas grandes cidades por racismo, homofobia, misoginia, e por aí vai. 
Não há estatísticas sobre o morticínio derivado desses fatores comuns à grande maioria dos países no mundo; mas, se existissem, o total certamente seria superior a dos óbitos causados pela 2ª guerra mundial. 
Um pesadelo do século 21: o terrorismo islâmico.

Isto significa que estamos numa guerra mundial muito mais perniciosa do que as do século passado; ou, se quisermos, que ainda estamos nelas, por extensão de tempo e ocorrências, na medida em que as suas causas permanecem motivando a barbárie genocida mundial, embora de forma diferenciada quanto ao seu modus faciendi.         

Diz-se que o pior cego é o que não quer ver; as sociedades mercantis, capitalistas todas, sejam elas neoliberais (defensoras do capitalismo liberal), keynesianas ou marxistas-leninistas (ambas adeptas do capitalismo de estado), padecem deste mal, pois preferem conservar suas cegueiras ideológicas. 

Ninguém quer enxergar que o mecanismo de transformação de um objeto de consumo em mercadoria implica toda uma estruturação social que vai desde a concepção da produção destinada ao mercado até a sua estrutura estatal, num mecanismo de mediação social irracional e segregacionista; uma lógica ilógica. 

E não é que todos ignorem a natureza desse mecanismo (apesar de sua essência ser desconhecida pela quase totalidade dos indivíduos sociais), mas porque admiti-lo significaria terem de sair das suas precárias zonas de conforto, das posições já consolidadas, partindo para o confronto com o novo. 

O novo representa o desconhecido, que pode ser um mal maior na mente de quem prefere a natureza do mesquinho mecanismo de mediação social do sistema produtor de mercadorias, ainda que, agora ele esteja chegando ao limite interno de expansão, o que prenuncia sua autofalência (e esta poderá nos arrastar a todos!). 
"Miséria social se transforma em guerras e mais guerras"

A guerra da barbárie em curso é o resultado do alheamento inconsciente coletivo medroso sobre a essência do que está posto. Considera-se que é melhor enfrentar os males conhecidos (o  assaltante armado da esquina; a bomba de um terrorista; a corrupção do político que lhe representa; as filas nos corredores dos hospitais, etc.) do que discutir formas alternativas de mediação social que prescinda mdo modelo anacrônico mercantil atual.    

Ninguém vai à raiz do problema, reconhecendo no capitalismo a causa primária das guerras ora em curso sob as mais variadas formas. É mais cômodo atribui-las à forma política da administração pública, à ganância do sistema financeiro e dos monopólios da economia real, à corrupção com o dinheiro (pretensamente) público estatal, à falta de solidariedade, à concentração de riqueza e muitas outras ocorrências e mazelas sociais que existem, mas que são questões que se situam como efeitos e não como causa, embora eles sejam a face explícita do cao, e como se nenhuma delas resultasse da natureza endógena do próprio capitalismo. 

O capitalismo, sistema desenvolvido com maior celeridade do século XIX até os dias atuais e que tem como marcos três grandes revoluções industriais (inglesa, de 1860 a 1910; fordista, de 1910 a 1970; e da microeletrônica de 1970), com sua lógica de imposição reificada, segregacionista e predatória da vida, não poderia gerar outra coisa se não miséria social que se transforma em guerras, guerras e mais guerras. 
Por Dalton Rosado

As quais agora se intensificam, pois estamos no momento mesmo da inviabilidade existencial do capitalismo, como consequência da incoerência e contradição dos seus próprios fundamentos. 

Será que a humanidade conseguirá superá-lo a tempo? 

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