terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Carta-Bomba, Carta-Testamento, Carta- Revelação, cartada destrambelhada


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(Foto/ 247)
Em que pode significar carta-testamento, sua revelação em público resultou em bombardeio de todos os lados, até da oposição obcecada por impeachment, Michel Temer lamenta o fato de Dilma não confiar no PMDB. Evitou tocar na recíproca. Ao mesmo tempo, mostrou-se enciumado diante das tratativas com o líder pemedebista na Câmara Federal, o que acaba refletindo uma certa contradição nas lamúrias do vice, na medida em que aquelas conversações são bastante consistentes.

Aliás, é notório o fracasso de Temer em fazer daqueles que lhe são próximos aliados do governo no sentido de contribuir com a governabilidade, conforme as intenções manifestadas publicamente. Geddel batia mais no governo até que o esculápio/jagunço Ronaldo 'Rouba, Mente e Trai'; Moreira Franco não abriu mão dos vícios que o caracterizaram como um dos mais larápios governantes que o estado do Rio de Janeiro já conheceu, daí a queda; e Eliseu Padilha pediu pra sair porque sua longa trajetória fernandohenriquista parece ter falado mais alto nesse momento crucial, por isso cabulava votos para desafetos do governo dentro do PMDB.

Como se vê, tudo que Temer fez, bem como a tropa de que dispôs, mais atrapalhou do que ajudou, o que dá ao governo o direito de ao menos recorrer ao seu instinto de sobrevivência. Paralelo a isso, Jader Barbalho, Leonardo Picciani, Pezão, aliados nordestinos, entre outros, mesmo com todas as divergências verificadas, continuaram aliados e garantindo vitórias importantes em embates no parlamento.

Quanto ao papel decorativo, que  Temer alega lhe ter sido destinado por Dilma na composição política do governo, se puxar pela memória constatará que, perto de Marco Maciel, o vice de FHC, o atual vice seria um pop star colocado cotidianamente diante dos holofotes da notoriedade.

João Goulart, o último vice-Presidente da República eleito pelo voto direto do eleitor, quando o presidente da época renunciou ao mandato abrindo vaga para a sua ascensão, nem no Brasil se encontrava, o que o exime de qualquer acusação de conspiração que se quisesse fazer.

À margem do furibundismo que estigmatiza Temer como o grande artífice do golpismo contra a vontade soberana do povo manifestada em outubro último, é cristalino que sua tropa de choque jamais esteve sob seu controle, tanto que só agora, quando os fatos que ensejaram o afastamento de boa parte dessa tropa do governo já caíram no esquecimento, é que ele resolve reclamar.

Tudo com fortes indícios de tiro no pé, inclusive colocando em risco o projeto de atrair Serra para ser o candidato à presidência pelo PMDB,em 2018. Acuado pelo fato de também ter assinado decretos autorizando créditos suplementares, as tais 'pedaladas fiscais', a quando de algumas interinidades no cargo da presidência; e ameaçado de derrota em março próximo, quando seu partido escolherá novo presidente, essa carta do vice presidente da República parece ser o próprio tiro a provocar seu suicídio político. Será?  

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