sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Desfazendo mitos sobre o Nordeste


O Nordeste de hoje é muito diferente daquele do passado. É a região que mais cresce no Brasil, aumentando investimento, renda, emprego, escolaridade, acesso à banda larga, produtividade, exportação. Conheça alguns dos principais mitos sobre o Nordeste e os nordestinos, que a desinformação alimenta.

Desfazendo mitos que contam por aí...

1 Foi o Nordeste que elegeu a Dilma

Por que não é verdade

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A eleição é nacional e Dilma teve votos em todo o país. Ela conquistou suas maiores votações no Nordeste e no Sudeste. As duas regiões praticamente “empataram” na opção pela presidenta: foram 20,1 milhões de votos no Nordeste, apenas 300 mil a mais do que no Sudeste (19,8 milhões). O Brasil é um só, mas quem se deixar levar pelo preconceito e tentar dividir o país entre eleitores supostamente “informados” e “desinformados” vai ter que brigar com as urnas: Dilma teve mais votos no Sul-Sudeste (26,6 milhões) do que no Norte-Nordeste (24,5 milhões).

2 O Bolsa Família transformou o Nordeste num curral eleitoral do PT

Por que não é verdade

Um dos principais avanços do Bolsa Família foi justamente acabar com a dependência — inclusive política — dos mais pobres. O beneficiário é titular de seu cartão magnético. Vai todos os meses ao caixa eletrônico e saca o valor a que tem direito. Não troca voto por cesta básica. Não deve favores a ninguém. Vota no partido ou candidato que julga mais comprometido com a melhoria da qualidade de vida de sua família e de sua comunidade.

São Paulo é o vice-campeão nacional do Bolsa Família: tem mais famílias beneficiadas do que todos os estados nordestinos, à exceção da Bahia. No entanto, o candidato mais votado em São Paulo, nos dois turnos da última eleição para presidente da República, foi Aécio Neves, do PSDB.

5461a0a5437d711f04f12602_nordeste-mito-02-SP%402x.pngA verdade é que quem vota no PT — seja no Nordeste, Sudeste, Sul, Norte ou Centro-Oeste — tem diversos motivos para fazê-lo: as 422 novas escolas técnicas e 18 novas universidades federais (com 173 novos campus), os mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada, as 80 mil bolsas do Ciência Sem Fronteiras, o aumento real de 73% do salário mínimo, as obras de mobilidade urbana, as 8 milhões de matrículas no Pronatec, as grandes obras de infraestrutura do PAC, os novos aeroportos, rodovias e ferrovias, os 3 milhões de jovens carentes no ensino superior privado graças ao ProUni e ao Fies, as 3,4 milhões de moradias entregues ou em construção do Minha Casa Minha Vida, o R$ 1 trilhão do Pré-Sal para a Educação e a Saúde, o crédito farto para a agricultura familiar, o Bolsa Família e uma infinidade de outras políticas públicas, que promoveram a inclusão e a ascensão social de dezenas de milhões de brasileiros.



3 O Nordeste é atrasado

Por que não é verdade

O Nordeste foi atrasado enquanto os governantes ignoraram a região e o seu povo. A partir das políticas de desenvolvimento com distribuição de renda e o combate às desigualdades sociais e regionais implementadas pelos governos Lula e Dilma, o Nordeste tornou-se o exemplo mais vibrante do novo Brasil que estamos construindo.

A região cresceu o triplo da média nacional. Só nos primeiros cinco meses deste ano, o crescimento foi de 4%. A infraestrutura turística desenvolveu-se como nunca; a matriz industrial diversificou-se, com destaque para as indústrias naval e petroquímica; grandes obras mudaram e estão mudando a paisagem e a história do Nordeste, como a integração do rio São Francisco, a ferrovia Transnordestina, a refinaria Abreu e Lima, e o Complexo Industrial Portuário de Suape, entre tantas outras.

Nos últimos cinco anos, o Nordeste passou a atrair grandes investimentos. Somente nos três maiores polos de desenvolvimento da região – Suape (PE), Pecém (CE) e Camaçari (BA) – os investimentos captados nos últimos cinco anos e projetados até 2015 somam cerca de R$ 100 bilhões.



Principal responsável pela oferta de crédito na região, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) teve um crescimento nominal de 776% no volume de recursos investidos, em apenas dez anos: em 2002, foram R$ 2,6 bilhões, em 686 mil operações; em 2012, nada menos que R$ 22,8 bilhões, em 3,1 milhões de operações.

E mais: as exportações nordestinas quadruplicaram, saltando de US$ 4,6 bilhões em 2000 para US$ 18,8 bilhões em 2011.

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4 Nordestinos são desinformados

Por que não é verdade

54619d6aeda5e620048f5ffa_nordeste-mito-06-universitarios%402x.pngO nordestino é tão informado quanto qualquer outro brasileiro. Tem acesso às mesmas fontes de informação: televisão, rádio, jornal, revista, internet. Aliás, a internet — que, ao contrário dos outros meios de comunicação, se destaca pela diversidade de informações e opiniões — está bombando no Nordeste.

Nos últimos quatro anos, o número de acessos em banda larga fixa cresceu mais no Nordeste que em todas as outras regiões do Brasil: o aumento foi de 136%, totalizando 2,68 milhões de acessos. Em banda larga móvel (via smartphones e tablets), o crescimento foi ainda mais extraordinário: 920%, com 27,68 milhões de acessos, atrás apenas da região Norte.

E mais: com Lula e Dilma, o Nordeste ultrapassou o Sul e tonou-se a segunda região do Brasil com maior número de estudantes no ensino superior (só perde para o Sudeste). O número de universitários mais do que triplicou: de 413 mil em 2000 para 1,4 milhão em 2012.



Das 18 novas universidades federais criadas pelo governos do PT, sete estão no Nordeste, sendo que cada uma delas mantém unidades em mais de um município. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), por exemplo, tem campus em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. No total, 28 municípios nordestinos foram contemplados com campus de universidades federais.

Entre 2010 e 2012, o número de cursos de mestrado e doutorado cresceu 33% no Nordeste, enquanto o Sul e o Sudeste, regiões com maior número de programas de pós-graduação, tiveram crescimento bem menor: 25% e 14%, respectivamente.


5 Nordestinos são tão pobres que trocam votos por migalhas

Por que não é verdade

5462c45e0e1030ba0c03b1c3_nordeste-mito-07-classe-media%402x.png 
Só nos primeiros cinco meses de 2014, o Nordeste criou quase um milhão de novos postos de trabalho. Os investimentos públicos e privados, as grandes obras de infraestrutura, a instalação de novas indústrias, a geração recorde de postos formais de trabalho e o crédito farto para a agricultura familiar, além da transferência de renda e da valorização do salário mínimo, promoveram a ascensão social de milhões de nordestinos.

O Nordeste teve o maior aumento de renda per capita entre todas as regiões do Brasil, permitindo que mais de 20 milhões de pessoas deixassem a pobreza. Há uma década, apenas 22% da população nordestina estava na classe média. Hoje, esse percentual chega a 45%.

Um dos principais responsáveis por essa extraordinária ascensão social é a criação de postos de trabalho com carteira assinada. Nada menos que 4,1 milhões de empregos foram gerados no Nordeste durante os governos Lula e Dilma. Somente no governo Lula (2003/2010), o número de trabalhadores nas indústrias da região – sem contar os outros setores da economia – mais do que duplicou: de 800 mil para 1,7 milhão.

Dois terços dos empregos criados no Brasil no segundo trimestre de 2014 foram no Nordeste, de acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, elaborada pelo IBGE. Entre abril e junho deste ano, a ocupação na região aumentou em 999 mil novos postos de trabalho.


6 O Nordeste e os nordestinos serão sempre miseráveis, por causa da seca

Por que não é verdade

“A maior seca na vida de um sertanejo sempre foi a seca de oportunidades”. Mais do que apenas uma frase perdida num discurso, a afirmação da presidenta Dilma traduz o empenho dos governos do PT na promoção da segurança hídrica do Nordeste.

Hoje, um extenso conjunto de obras de canalização minimiza os efeitos das longas estiagens, garantindo o abastecimento de água para consumo e irrigação. Além disso, Lula e Dilma construíram 1 milhão de cisternas no semiárido, com capacidade de armazenamento de 16 mil litros de água cada, o suficiente para suprir, por até seis meses, as necessidades básicas de uma família com cinco pessoas.

Em casos de estiagem prolongada, o governo federal deflagra a distribuição emergencial de água por caminhões-pipa. A operação é coordenada pelo Exército Brasileiro, o que impede a utilização dos veículos como instrumento político, fato que ocorria antes do governo Lula.

Os investimentos em segurança hídrica incluem ainda a Bolsa Estiagem, auxílio financeiro emergencial pago aos agricultores familiares, no valor total de R$ 400, transferidos em cinco parcelas mensais de R$ 80; o apoio à atividade econômica por meio de linha especial de crédito; a antecipação dos pagamentos do Programa Garantia-Safra; e a venda de milho para alimentação animal a preços subsidiados.

Isso explica porque o Nordeste atravessou, em 2013/2014, a maior seca dos últimos 50 anos e, ao contrário do passado, não houve saques a armazéns, nem populações famintas comendo calangos, nem levas de famílias retirantes abandonando a terra natal, por causa da fome e da sede.


7 As obras de integração do rio São Francisco estão abandonadas

Por que não é verdade

54659189ad5ef59373f50460_image-sao-francisco.jpgTodas as etapas do empreendimento estão 100% contratadas e a previsão de entrega está confirmada para 2015. Onze mil trabalhadores e 4 mil máquinas já executaram 2/3 da obra, que beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios de quatro estados: Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. São 477 km de canais, organizados em dois Eixos de transferência de água – Norte e Leste. A obra engloba a construção de quatro túneis, 14 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios.

A Integração do Rio São Francisco faz parte de um grande conjunto de obras de segurança hídrica — o maior da história — que o governo federal realiza em parceria com os governos estaduais. Estão em andamento ou já foram concluídas: no Ceará, o Eixão das Águas e o Cinturão das Águas; no Piauí, a Adutora de Piaus e a Adutora de Bocaina; em Alagoas, o Canal do Sertão Alagoano; na Bahia, a Adutora do Algodão e a Adutora do Feijão; em Pernambuco, a Adutora do Pajeú (fases 1 e 2) e a Adutora do Agreste; na Paraíba, Vertentes Litorâneas; no Rio Grande do Norte, a Adutora do Alto Oeste.

Ou seja: depois de enfrentar condições climáticas adversas e séculos de descaso por parte dos governos do passado, o Nordeste provou que nada mais o impede de seguir mudando – para melhor, juntamente com o Brasil.


8 O Brasil está dividido

Por que não é verdade

O Brasil nunca esteve dividido. Apenas passou por uma eleição bastante disputada, a exemplo de vários outros países ao longo da história, como a França em 2012 (quando Hollande venceu Sarkozy por apenas 3,2% de diferença) e os Estados Unidos em 2000 (George W. Bush chegou a perder nas urnas para Al Gore, mas acabou eleito pelo colégio eleitoral) e em 1960 (Kennedy bateu Nixon por uma diferença de 0,1%!!!). E tanto a França quanto os Estados Unidos continuam inteirinhos da silva.

Por causa do falso mito de que “foi o Nordeste que elegeu a Dilma”, teve até gente falando em separar a região do resto do país, o que seria um completo absurdo, além de um prejuízo irreparável para o Brasil.

Primeiro, porque o Nordeste é hoje uma das grandes locomotivas da nossa economia, crescendo o triplo da média nacional e sendo responsável pela geração de 2/3 dos empregos do país, como explicamos no item 3. Segundo, porque o Nordeste é também responsável por grande parte da nossa extraordinária riqueza cultural: a prosa de Ariano Suassuna, Jorge Amado e Graciliano Ramos, a poesia de João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, os ensinamentos de Celso Furtado, Paulo Freire e Josué de Castro, a sabedoria dos mestres populares, a música de Luiz Gonzaga, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raul Seixas... Já pensou se o forró deixasse de ser brasileiro? Se as praias mais lindas do Brasil não fossem mais do Brasil?

E acima de tudo, seria muito ruim perder o Nordeste – ou qualquer uma das partes que formam este nosso país-continente – porque a grandeza do Brasil está justamente em sermos um.

Nossa força reside na extraordinária diversidade que nos une. Somos todos brasileiros, da Amazônia aos pampas gaúchos, do cerrado ao sertão, passando pelo litoral. Cada qual com seu sotaque, sua cultura, seu jeito próprio de ser brasileiro – mas todos unidos pelo mesmo idioma, o mesmo espírito de luta, a mesma alegria que encanta o mundo.

Sem o Nordeste, o Sudeste, o Sul, o Norte ou o Centro-Oeste, o Brasil seria menos Brasil.

No Brasil da Mudança, via contextolivre

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