quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A conversa mole do governador Alckmin sobre cartéis




O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está de volta. E falando sobre um assunto do qual ele foge como o diabo da cruz, a formação de cartel na área de transportes públicos em São Paulo – denunciada pela multinacional Siemens -, e que todos sabem só pode ter sido montado em conluio ou, no mínimo, com a conivência dos governos tucanos que ocupam o poder no Estado há 20 anos.

Alckmin voltou afirmando nesta 4ª feira (ontem) que “ninguém faz cartel sozinho” e cobrou que o processo para levar a Siemens a ser considerada “inidônea” e impedi-la de participar de novas licitações seja “extensivo às demais” empresas, se for comprovada a participação delas no conluio que agiu em concorrências do Estado.

Em maio, a Siemens fez uma delação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) informando que participou de cartéis na área de transportes em São Paulo entre 1998 e 2008 e apontou a participação de outras empresas nos acordos. A administração estadual, o Metrô e a CPTM apresentaram ação conjunta à Justiça, na qual pedem que a Siemens seja condenada a indenizar o Estado pelos prejuízos causados pelos cartéis.

Cartel e outras irregularidades podem ter causado prejuízo de R$12 bi

A propósito: levantamento em poder da bancada do PT na Assembleia Legislativa indica que os carteis, o superfaturamento e outras irregularidades na área de transportes em São Paulo causaram prejuízo de cerca de R$ 12 bi, o suficiente para construir mais 31 km de metrô e transportar mais um milhão de passageiros/dia.

E essa ação do Estado/metrô/CPTM contra a empresa que denunciou cartel lembra a história que invoquei aqui ontem: o sujeito é apanhado roubando e começa a gritar “quem está roubando aqui…?”. Alckmin, ontem, repisou declaração velha: “à medida que outras empresas tenham comprovada sua participação, contra elas também serão abertos os processos de indenização e de declaração de inidoneidade. Começamos pela Siemens que é a primeira, mas será extensivo também às demais.”

Obviedades. Conversa mole do Geraldinho cartel. A mesma que ele repete desde que se tornou pública a denúncia da Siemens. Óbvio, não se faz cartel sem a participação do governo e de membros do governo. No caso de São Paulo durante 20 anos o cartel atuou e ele quer fazer crer que não sabia de nada… Já sobre medidas internas, fiscalização, investigação que ele tem poder de instaurar no metrô, na CPTM e onde mais tenha havido cartel, o governador tucano não dá um pio.

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