quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Fé de mais



Em meio às dezenas de bobagens vendidas como notícia nas "homes" dos portais, uma chama a atenção: um desses "bispos" evangélicos que dia e noite vociferam a presença do demônio entre nós está prestes a comprar duas redes de televisão e, para tanto, pede um esforço extra dos "fieis" no sentido de aumentar o valor do dízimo.

Essa sim, é uma notícia e tanto.
Demonstra a quantas anda o setor de comunicações no país, o mais atrasado entre todos os outros do leque empresarial, um oligopólio controlado por "30 Berlusconis", na definição da ONG Repórter sem Fronteiras.

Mostra o que viraram as concessões públicas de rádio e televisão - um reles balcão de negócios, sem controle nenhum.
Ora, se um desses "bispos" que exalam a picaretagem por todos os poros pretende comprar não só uma, mas duas redes de televisão, a coisa anda mesmo feia por essas bandas.
É inteiramente incompreensível que o governo federal finja que está tudo certo no setor de telecomunicações, faça de conta que, pelo menos nele, o Estado não tem necessidade de intervir, de propor algum tipo de regulamentação que acabe, ou pelo menos limite, esses abusos que se acumulam, escancaradamente.

A influência dos evangélicos na política nacional é grande.
A vasta rede de "templos" que espalharam por todo o país mostra um poder econômico também invejável.
A programação das principais emissoras de rádio e televisão é em grande parte preenchida por eles.
Não é preciso desenhar na lousa o que isso pode significar, em pouco tempo, para a cultura brasileira.
Os governos Lula e Dilma tiveram muitos acertos.
Seu maior fracasso tem sido na guerra da comunicação, da qual se recusam a participar.
Essa covardia tem um preço.
E a conta será cobrada muito em breve, para a infelicidade geral da nação.
cronicasdomotta

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